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“Os Filisteus”

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26.06.2025

Há expressões que se tornam ironicamente proféticas. “Filisteus”, termo originalmente usado para descrever um povo do mar que, no início do primeiro milénio a.C., se instalou na faixa costeira sudoeste de Canaã, tornou-se sinónimo, séculos depois, de ignorância cultural e boçalidade ideológica. A coincidência, neste caso, não é apenas semântica. É histórica. E profundamente política.

Hoje, “os Filisteus”, ressurgem, não como povo, mas como farsa ideológica. A causa “palestiniana” tornou-se o fetiche favorito das esquerdas globalizadas, um constructo tão frágil quanto conveniente, sustentado por mitos históricos, negação factual e uma retórica visceralmente anti-israelita. Não se trata de apoiar um povo. Trata-se de odiar um Estado. Não é solidariedade, é ressentimento.

A Palestina, enquanto entidade nacional, nunca existiu. É isso mesmo, nunca. A designação “Palestina” foi cunhada pelos romanos no século II d.C., após a destruição do Segundo Templo de Jerusalém em 70 d.C. e a repressão da revolta de Bar Kokhba em 135 d.C. Roma, no seu zelo imperialista, decidiu apagar a presença judaica rebaptizando a Judeia como “Syria Palaestina”, numa tentativa de erradicar até o nome do povo que teimava em sobreviver. A escolha do nome, alusiva aos antigos filisteus, entretanto já extintos, foi uma provocação calculada.

Durante séculos, “Palestina” foi apenas uma designação geográfica e administrativa,........

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