Montenegro 2.0 - Missão impossível
“O problema não é o Chega. O problema é o país onde o Chega faz sentido”
(António Saraiva, podcast “A arte do possível”)
Montenegro vai ter mais uma hipótese para governar este país. Se antes não era fácil, agora não estará muito melhor, com o PS de um lado a apoiar até roer a corda – já com Pedro Nuno Santos assim tinha sido – e do outro um Chega que já não é o Chega de há um ano, que queria juntar-se num governo e acabou isolado por linhas vermelhas.
O crescimento imparável do Chega poderia estagnar com a sua chamada à responsabilidade governativa? Talvez sim. Basta ver que pela Europa Ocidental, foi em Espanha, onde a direita moderada se aliou à direita mais radical, que o crescimento generalizado desta última força política se conteve. Mas agora é tarde. Agora podem mandar as linhas vermelhas passear. Porque agora é o Chega que já não quer aliar-se por perceber que a breve prazo ganhar eleições será uma inevitabilidade.
A alternativa seria Montenegro cumprir a sua missão com distinção e bafejado pela sorte (daria jeito a seleção ganhar, mais uma eurovisão, etc.), mudando efetivamente o estado de desesperança que grassa pelos eleitores.
Todavia, uma semana após........
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