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O apagão

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04.05.2025

O apagão de 28 de Abril (que começou por ser um ciberataque à Europa de Van der Leyen e Macron perpetrado pela dupla Trump-Putin, ou só pelos “russos” ou, quem sabe, pelos “chineses”, a justificar todos os kits de sobrevivência recomendados, e que acabou, por enquanto, por ter como explicação oficial uma enigmática convergência de altas tensões) foi uma demonstração do grau de dependência, impreparação para a contingência e marginalidade do nosso país. Uma dependência e marginalidade justificadas pela política do melhor preço e ajudadas pelas políticas de “urgência climática” que nos levaram a fechar ou a congelar centrais eléctricas.

Três dias antes tínhamos tido a celebração do que também já vai sendo para muitos um insistente apagão: a omissão de certas verdades, números e realidades em mais um aniversário do 25 de Abril, o 51º. Neste, porém, houve um acontecimento inédito – o reconhecimento e aplauso entusiástico de grande parte da classe jornalística e comentatorial à actuação da Polícia.

Já não era sem tempo. Mudam-se os termos, mudam-se as verdades. Não longe daquela rua do Bem-Formoso onde, há semanas, os polícias da PSP obrigavam uma série de pacíficos imigrantes a voltarem-se contra a parede em nome de um falacioso controle à criminalidade e à irregularidade, numa evocação de cenas terminais do gueto de Varsóvia, os mesmos polícias desancavam à cacetada umas dezenas de perigosos neonazis. E, desta vez, muito bem, porque, desta vez, era em nome da ordem democrática e contra a extrema-direita que o faziam. Contra a extrema-direita, não, contra a extremíssima........

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