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América, Alemanha, Roménia: o folhetim continua

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02.03.2025

A eleição alemã de Domingo, 23 de Fevereiro, era esperada com grande ansiedade, sobretudo depois da vitória de Trump, a que se seguiram as nomeações de uma Administração claramente nacionalista e anti-globalista e uma série de ordens executivas, sinalizando uma efectiva alternativa ao poder da Esquerda e do Centrão na Europa e no mundo. Vieram depois as iniciativas para o congelamento dos conflitos no Médio Oriente e na Europa Oriental, das quais a mais importante terá sido a hora e meia ao telefone com Putin; e, finalmente, o discurso de Munique de J. D. Vance, uma clara advertência à Europa, lembrando-lhe que a Guerra Fria tinha acabado há mais de trinta anos e que não podia continuar a hostilizar parte do seu eleitorado e dos seus políticos, actuando contra as suas próprias leis e constituições.

Foi neste contexto que a Alemanha foi às urnas no passado Domingo. Com 84 milhões de habitantes e cerca de 60 milhões de eleitores, a primeira economia do continente europeu está a passar por alguns sérios problemas. Vai no segundo ano de recessão, as sanções à Rússia – e a sabotagem do gasoduto Nord Stream que trazia o gás russo para o Oeste – acabaram com a energia barata e algumas fábricas de automóveis fecharam.

Nas eleições, a CDS/CSU ficou com 28,52% e 208 lugares; a AfD, com 20,8% e 152 lugares; o SPD com 16, 41% e 120 lugares; os Verdes com 11,61% e 85 mandatos; o Die Linke conseguiu 8,77% e 64 mandatos; e os liberais do FDP não chegaram aos 5% necessários para entrar no Parlamento, o mesmo sucedendo à Aliança Sara Wagenknecht (SWB).

A grande vencedora, proporcionalmente, ou seja, comparando o resultado anterior com o actual, foi a Alternativa para a Alemanha, o partido nacionalista, identitário e antiguerra de Alice Weidel, com quem Elon Musk e J. D. Vance conversaram, para grande escândalo dos políticos europeus e alemães, que ali viram uma perigosa interferência americana.

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A AfD duplicou a votação em relação a 2021, ou seja, em menos de quatro anos, e os democratas cristãos da CDS-CSU subiram cerca de quatro pontos percentuais. Os antigos comunistas – Die Linke, A Esquerda – também quase duplicaram a votação em relação às últimas eleições. Os grandes derrotados........

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