Península de Troia – crime sem castigo
A península de Troia era suposto ser uma área protegida, mas foi transformada num bazar de crimes urbanísticos e ambientais sem fim à vista. Tudo começou no antigo regime, com um projecto de qualidade de Francisco Conceição e Silva, constituído por algumas torres no topo Norte, separadas por zonas verdes, o que permitia a visão do rio, do mar e da montanha. Muitos anos depois, chegou José Sócrates que não gostou do projecto e a meias com a Sonae deitou abaixo duas das torres e atapetaram todo o espaço com edifícios mais baixos, o que transformou o local numa cidade onde se deixou de ver o rio, o mar e a serra. Foi o princípio de uma nova Quarteira e o início do fim de Troia.
Tempo depois surgiu a urbanização Soltroia, já sem a qualidade do plano anterior de Conceição e Silva, mas que ainda tentou proteger as dunas do lado do mar, mesmo que de forma insuficiente, através de construções de baixa volumetria, a maioria vivendas, por vezes de dimensão excessiva e nem sempre de forma a honrar a arquitetura portuguesa. Mas era ainda o tempo em que ainda havia letreiros a proibir as pessoas de se passearem em zonas de acesso ao mar para não prejudicar as dunas.
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