Não há palavras para isto
“Reféns libertados pedem a Israel que mantenha cessar-fogo em Gaza” — escreve a Lusa, agência dita de notícias, que neste ano de 2025 custará aos contribuintes portugueses 21,5 milhões de euros, a propósito das declarações feitas pelos reféns israelitas no momento em que eram exibidos como troféus pelo Hamas, em Gaza. Lendo o texto da Lusa somos levados a crer que a paz e a libertação dos reféns só dependem da boa ou da má vontade de Israel e do seu primeiro-ministro e que os reféns estavam livres no momento em que faziam aquelas declarações.
Mais espantosamente ainda, a nossa querida Lusa considera que os reféns foram libertados pelo Hamas em Gaza como se Ohad Ben Ami, Eli Sharabi e Or Levy pudessem a partir daquele momento dispor da sua vontade e dos seus movimentos, quiçá começando a passear no meio de Gaza: “Os três reféns israelitas libertados hoje pelo Hamas no centro da Faixa de Gaza, apelaram ao primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, para que não interrompa o cessar-fogo e prossiga com as trocas de prisioneiros palestinianos.”
O momento que a Lusa designa como libertação tem sido vivido pelos reféns como um dos mais assustadores desde o dia em que foram raptados: o© Observador
