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Este texto não era para ser assim 

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02.06.2025

Luís Montenegro, cercado por todos os lados. José Luís Carneiro conta com Montenegro para alavancar a espessa laje sob a qual estão soterrados os poucos centristas do PS. Rui Rocha contava com Luís Montenegro, primeiro para chegar ao governo, depois para a revisão constitucional (falhadas estas duas vias, Rocha demitiu-se, tornando-se numa das vítimas de Montenegro). Pelo seu lado, Ventura quer atirar Montenegro para os braços do PS — “são todos iguais”, dirá um plectórico Ventura — enquanto tenta que Montenegro apoie algumas das propostas do Chega que expressem a maioria de direita hoje existente no país e ameaça com uma CPI à Spinumviva. Já Rui Rio, enquanto mandatário de Gouveia e Melo, fala como se fosse líder do PSD e, por fim mas não por último, Gouveia e Melo, não só está ofuscar o candidato presidencial apoiado por Montenegro, como a tornar difícil a vida ao primeiro-ministro caso venha ser eleito presidente. A Luís Montenegro, cercado por todos os lados, talvez só reste mesmo trabalhar para ver se o eleitor o resgata do cerco. Caso contrário morrerá politicamente por sufocação.

Gouveia e Melo, ou o mistério do conseguimento. Nunca pensei escrever isto mas ao ver os rostos que em Lisboa enchiam a Gare Marítima enquanto o almirante Gouveia e Melo apresentava a sua candidatura presidencial só me acudia ao pensamento aquele termo com que Assunção Esteves nos brindou há pouco mais de uma década. Estou a falar do inconseguimento. Ao certo nunca percebi o que queria a antiga presidente do parlamento dizer com isso do inconseguimento mas até pelo mistério da palavra acho que é no inconseguimento que está o cerne do sucesso de Gouveia e Melo. Contra esse mal nacional do inconseguimento, Gouveia e Melo surge como um conseguidor. E a prová-lo tem já dois........

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