A Chique das Avenidas, onde se encontravam os produtos das melhores proveniências para as pessoas de bom gosto, deu lugar à Activista das Avenidas, uma espécie de retrosaria das causas, sempre na perspectiva da última moda. E, claro, a última moda em Lisboa passa agora por tornar inamovíveis e insubstituíveis os jacarandás.

Recordemos: na avenida 5 de Outubro, iam ser abatidos 25 jacarandás, transplantados outros 20 e mantidos 30. Agora vão ser transplantados 3 e só porque, segundo a CML, “se encontram numa zona crucial que obriga a trabalhos urgentes no subsolo para requalificação dos coletores de esgoto e condutas de água, que estão em risco e bastante degradados” e está em “reavaliação” o que fazer com os restantes.

Para lá do óbvio – quando se diz que se vai reavaliar deixa-se implícito que não se avaliou suficientemente – passemos ao despropósito de tudo isto: como explica Henrique Pereira dos Santos, pela sua idade aquelas árvores terão de ser substituídas dentro em pouco “o que significa que vamos ter de as substituir mais cedo que tarde”. E sim, o parque de estacionamento faz falta quanto mais não fosse para tirar os carros daquela raquítica faixa central onde “atropelam” os jacarandás. De caminho, alguém terá de explicar como e porquê se anda a desbaratar o dinheiro dos contribuintes a transplantar jacarandás em fim de vida como se estivéssemos perante árvores raras ou históricas. Os jacarandás daquele troço da avenida 5 de Outubro não podem ser tratados como o cipreste-do-Buçaco do Jardim do........

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