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Reatar com Londres, defender a Europa

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26.05.2025

Quase uma década após o referendo que levou ao Brexit, e mais de cinco anos depois do “divórcio” formal, o Reino Unido (RU) e a União Europeia (UE) firmaram esta semana, em Londres, durante uma cimeira de alto nível, o primeiro pacto de reconciliação estratégica. António Costa, Ursula von der Leyen e Keir Starmer adotaram três documentos: uma declaração conjunta que define uma nova parceria estratégica, um Entendimento comum sobre uma agenda renovada para a cooperação entre a UE e o RU e uma Parceria no domínio da segurança e da defesa.

De entre as várias áreas para a cooperação futura entre os dois lados do Canal da Mancha, foi assumido estabelecer uma nova parceria na Segurança e Defesa, assinalando uma reaproximação estratégica após anos de afastamento. Ao contrário do que os críticos britânicos, anti-europeus, tentam fazer passar, reatar laços com a UE não significa abdicar da identidade britânica, mas reconhecer que o RU nunca deixou de ser parte da equação europeia

O referendo de 2016 ocorreu num momento político muito distinto, tendo a decisão de saída da UE evidenciado ansiedades sobre questões de soberania, controlo de fronteiras e identidade nacional. A Europa enfrentava os efeitos da crise migratória, a confiança nas instituições europeias estava abalada e a ameaça de uma guerra convencional em território europeu parecia remota. A guerra de invasão da Ucrânia pela Rússia, em 2022, expôs de forma brutal as vulnerabilidades da Europa como um todo, mas sobretudo, para aqueles que estão isolados. Voltaram a guerra, a dissuasão, o medo da escalada e com eles surgiu o reconhecimento que a fragmentação da Europa em matéria de Segurança e Defesa........

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