A instabilidade política e o sindicalismo
É notável um discurso recorrente em certos sectores da sociedade portuguesa que procura descredibilizar o trabalho dos sindicatos. A narrativa que se tenta passar é a de que estes e os trabalhadores são parcialmente responsáveis pela falta de progresso do país, pelo fraco crescimento da economia e pelos obstáculos ao bom funcionamento das empresas e do Estado.
Ao longo dos últimos três anos, o país enfrentou três eleições legislativas, todas provocadas pelos próprios actores políticos. Como é possível apontar o dedo aos sindicatos quando, enquanto país, somos incapazes de manter um governo estável por mais de um par de meses consecutivos? Se compararmos com outros sistemas, como o dos Estados Unidos da América que tanto criticamos, vemos que, apesar das suas próprias dificuldades, conseguem realizar eleições que, mal ou bem, garantem a duração do governo por quatro anos. Por cá, a instabilidade política parece ser a norma, e o custo dessa instabilidade é elevado.
Mas quanto nos custa esta constante mudança de governos e processos eleitorais, ao certo? Como podemos........
© Observador
