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Portugal em piloto automático 

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02.07.2025

Não é que acredite em lendas, mas se pudesse escolher um momento para o regresso de D. Sebastião, talvez fosse este. O nevoeiro é tão cerrado que já ninguém vê com clareza o futuro do país. O debate democrático está desvirtuado e, às vezes, mais parece um cenário de guerra à moda do século XVI. É certo que o último conflito que envolveu D. Sebastião não acabou bem, mas os tempos que se avizinham também não prometem melhores memórias, mesmo que sem ameaças à nossa independência.

O mesmo nevoeiro que outrora ocultava derrotas serve agora para maquilhar a estagnação. Para quem cresceu a ouvir promessas, como a minha geração, é cada vez mais difícil manter a confiança. Para jovens como eu, observar o panorama político é desconcertante.

É como ver uma daquelas séries da Netflix de ação, em que em cada episódio tudo muda, mas no fim do dia… fica tudo na mesma. Se os episódios se repetem, é porque ninguém está verdadeiramente a ouvir o que o país precisa. Fomos anestesiados pelo ruído. A indignação tornou-se um hábito. A novidade? Que novidade? Novo escândalo de corrupção! Demissão forçada! Operação Tutti Frutti!........

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