O Governo morreu… sucederam-lhe os Desconhecidos
Imagine-se um governo que morre de morte súbita. Não caiu num escândalo, nem foi derrubado por uma moção. Simplesmente…colapsou. Como um organismo velho que deixa de responder aos estímulos. Parou de respirar inovação, deixou de circular confiança e o coração da liderança, bateu pela última vez algures entre um anúncio vazio e uma promessa adiada.
A certidão de óbito foi assinada pela realidade. A causa: falência múltipla de credibilidade.
Não houve luto oficial. Só um suspiro colectivo: “Já era tempo,” disseram alguns.
Sucedeu-lhe, sem aviso prévio, o Governo dos Desconhecidos. Um novo executivo composto por gente que ninguém conhecia de lado nenhum. Sem pedigree político. Sem histórico de comícios. Sem carreira em debates da tv, comissões parlamentares de inquérito ou tiques de bancada do parlamento. Apenas seres humanos — veja-se o escândalo — todos com experiência empresarial e formação em gestão, economia e engenharia.
Os jornais entraram em colapso.
“Mas quem são?”, perguntavam, de microfone em punho e sobrancelha em arco.
“Como ousam ser ministros........
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