Juventude adiada, país estagnado
Nos últimos anos, Portugal habituou-se a viver numa instabilidade política quase permanente. Governos que caem a meio da legislatura, eleições sucessivas e uma sensação geral de que nada avança. A política tornou-se um jogo de sobrevivência partidária, em vez de um exercício de responsabilidade pelo futuro do país. E quem mais sente os efeitos desse impasse são os jovens.
Vivemos tempos em que a juventude portuguesa, mesmo depois de anos de formação, continua a sair tarde de casa, a ganhar salários baixos e a olhar para a emigração como única saída viável. Esta não é uma geração desmotivada ou incapaz – é uma geração esgotada por esperar. E enquanto a política anda à deriva, os jovens continuam a adiar os seus projetos de vida.
A urgência de agir nunca foi tão clara. Um estudo do Centro de Estudos da Federação Académica do Porto revela que mais de 73% dos jovens ponderam emigrar após concluírem o ensino superior, sobretudo em busca de salários mais elevados e melhores condições de vida. Esta tendência, a manter-se, pode representar........
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