Vivemos Depressa, Morremos Devagar
Vivemos no tempo da pressa, mas não estamos a viver o nosso tempo. A sociedade atual elevou a velocidade a um valor supremo. Produzimos sem parar, consumimos informação em excesso, reagimos a tudo em segundos. A pressa tornou-se norma, o descanso é considerado suspeito, e a lentidão é vista como sinal de fraqueza. No entanto, esta aceleração contínua não é sinal de progresso, mas sim de colapso. Por trás da aparência da produtividade, esconde-se um mundo a adoecer, a fragmentar-se e a exaurir-se.
Comecemos pelo mais imediato, a saúde mental. A Organização Mundial da Saúde já identificou a ansiedade e a depressão como as maiores causas de incapacidade no mundo. Já ninguém está imune ao burnout, este atinge estudantes, trabalhadores, desempregados; todos aqueles que tentam acompanhar este ritmo insustentável. A ideia de que devemos estar sempre disponíveis, sempre a produzir, sempre a corresponder, está a devastar o nosso bem-estar. Até o sono, esse último bastião do descanso, está sob ataque, invadido por luzes artificiais, notificações constantes e preocupações incessantes. Vivemos esgotados........
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