Psoríase: A Dor que não se vê
Em Portugal, 300 mil pessoas enfrentam diariamente essa realidade. No mundo, são 125 milhões. Mas o que significa, na prática, viver com psoríase? Não é apenas gerir os sintomas visíveis, como as placas vermelhas e escamosas. É lidar com perguntas indiscretas, com olhares desconfortáveis, com o silêncio ensurdecedor de quem não sabe o que dizer.
A maior dor de quem vive com psoríase não vem da pele – vem do preconceito. Apesar de ser uma doença não contagiosa e reconhecida pela Organização Mundial da Saúde como grave e sistémica, a psoríase continua a ser mal compreendida por muitos. E quando a sociedade não está à altura e o desconhecimento se mistura com o medo ou o desinteresse, o resultado é o estigma.
Pais que evitam deixar os filhos brincar com outras crianças por medo de “apanharem alguma coisa”. Colegas de trabalho que sugerem, subtilmente, que “talvez fosse melhor usar mangas compridas”, ou se afastam. Relacionamentos interrompidos porque as
marcas da pele se tornam mais visíveis do que as qualidades da pessoa. Para quem vive esta realidade, o mundo pode parecer um lugar inóspito.
E depois há as famílias. Para elas, o peso do estigma é igualmente difícil de carregar.........
© Observador
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