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Qual o objetivo das falsas denúncias ou acusações?

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24.05.2025

A Alienação Parental pode incluir uma ou diferentes formas de violência por parte do pai/mãe alienador em relação aos filhos/filhas vítimas alienadas. Neste e no próximo artigo analisaremos as descrições de vivências que nos foram partilhadas por vários pais e mães alienados, vítimas de falsas acusações ou denúncias. As falsas denúncias ocorrem quando uma das partes acusa injustamente a outra de praticar Alienação Parental.

Muitos pais e mães alienados que acompanho na minha prática clínica, contam as suas histórias de vida que demonstram que a Alienação Parental não é uma questão de género (tanto acontece com homens como com mulheres), e também não é uma questão de uma cultura específica especifica, uma vez que tanto acontece em Portugal como noutros outros países.

Partilhamos de seguida nove testemunhos reais, vivenciados por quatro Mães: Joana, Rita, Anamare e Sara, e por cinco Pais: José, Tomás, Vasco, Henrique e Rui (nomes fictícios).

A Rita deu-nos o testemunho de uma mãe alienada que expressa a intensidade do impacto emocional da Alienação Parental, principalmente no desenvolvimento psicológico das crianças e adolescentes. Ela ressaltou que a alienação não é só um problema jurídico, mas um ato de violência emocional que pode deixar cicatrizes duradouras: “Alienar é um ato cruel. Não apenas porque afasta pais e filhos, mas porque envenena a mente e o coração das crianças, ensinando-as a odiar quem as ama. É uma forma de violência invisível, mas com marcas profundas”.

O Tomás é um pai alienado que partilhou um relato emocional e comovente sobre os efeitos da Alienação Parental, retratando de forma íntima e dolorosa a confusão emocional vivida pela sua filha alienada e o sofrimento profundo de um pai alienado, que observa essa transformação, sem conseguir protegê-la como gostaria: “Num momento, ela é carinhosa e aberta; no outro, distante e hostil. A Alienação Parental está a roubar-lhe a infância e a envenenar a sua perceção do mundo e das relações humanas. Como pai, vivo com o coração partido ao ver a minha filha lutar contra estas contradições…”.

O testemunho de Tomás ajuda a dar voz a pais ou mães injustamente afastados da vida dos filhos/filhas, por meio de manipulação emocional. É um relato que destaca um dos principais mecanismos da alienação – a distorção da realidade e da história familiar, que acaba por minar a confiança da criança e do adolescente e enfraquecer o vínculo com a mãe/pai alienado: “ Sou pai de uma menina de seis anos. Desde a separação da mãe da minha filha, tenho vivido uma batalha constante contra a Alienação Parental. No meu caso, entre outras coisas, a mãe da minha filha tem-lhe transmitido ideias falsas sobre mim e sobre a nossa história familiar”.

Sara relatou-nos o sofrimento de uma mãe que, após a separação, foi acusada falsa e injustamente deixou-nos um alerta importante para o facto de que o uso indevido dessa acusação se pode tornar numa forma de violência institucional e emocional, atacando injustamente o vínculo afetivo legítimo que um dos pais construiu com seus filhos: “Desde a separação do pai dos meus filhos, a minha maternidade passou a ser posta em causa! De um dia para o outro, tudo aquilo que construí com amor, tudo o que cuidei, tudo o que ensinei, foi virado do avesso por palavras que não reconheço como verdade…. são acusações frias, sem provas, mas com um peso que não se apaga”.

As falsas denúncias/acusações podem ter vários intuitos. Aqui analisaremos 5 dos possíveis objetivos:

1.Objetivo de provocar a perda ou restrição da residência ou convívios, ou afetar a relação com as filhas/os alienados e/ou relação entre as irmãs/os alienados e/ou com as companheiras/os e/ou com outros familiares

A Joana descreveu-nos as consequências de uma queixa formal sem provas definitivas que impactou diretamente seu convívio com a filha: “Fez mesmo queixa formal na GNR e dá entrada a um processo no tribunal com base nesta queixa formal. O tribunal baseado nesta loucura e, com dúvidas, estipula visitas, entre mim e a minha filha, sem pernoita, por um período provisório de 3 meses”.

O José é um pai alienado que testemunhou a dor das consequências de uma acusação injusta e do longo processo judicial que decorreu até que provasse a sua inocência, e a consequente perda do tempo precioso de convívio com os seus filhos, que nunca poderá recuperar: “Falando no meu caso levei 3 anos a conseguir provar a minha inocência mas a pressão, a ansiedade, o tempo perdido, os danos causados, nenhuma indemnização será suficiente para disso recuperar e as relações com os filhos e os danos causados vão perdurar pois uma coisa é nos sabermos inocentes, outra é o conseguirmos provar e até lá o tempo passa, os filhos crescem, tempo perdido que não volta nunca”.

O Rui foi vítima de graves acusações caluniosas que resultaram no afastamento total dos seus........

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