Um apagão resolvido por redundâncias diabolizadas
Caro leitor, esta crónica veio na ressaca do apagão elétrico do passado dia 28 de Abril, que afetou toda a Península Ibérica e parte de França.
Como se enaltecia nos livros do Astérix, a propósito dos gauleses: “Toda? Quase toda…”. Ainda houve alguns (muito poucos) “redutos de gauleses” que resistiram: hospitais e serviços informativos com geradores (a combustíveis fósseis) e transportes, também a gasóleo e gasolina.
As redundâncias que evitaram um caos ainda mais profundo alimentam-se todas de 1 forma, que tem vindo a ser sistematicamente diabolizada pelos ativistas climáticos e, até, por ex-ministros do Ambiente, como Matos Fernandes.
Faço já a minha declaração de interesses: sou a favor da transição energética. Mas, ao contrário dos ativistas, de outros decisores de Bruxelas e do ex-ministro Matos Fernandes, não ponho 2030 como meta… precisamos de mais meios e mais tempo.
Portugal tem uma elevada quota de produção de energias, por via de renováveis (hídrica e eólica). Em 2024, era cerca de 50% do total da energia produzida e fornecida.
Mas, ter energia em potencial vale 0, quando o sistema não a consegue transformar e pôr disponível na corrente. Com este apagão, ficou bem à mostra a fragilidade........
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