Sei de cor o preço do metro quadrado consoante as localidades. Na freguesia onde vivemos um T1 custa quatrocentos mil euros. Então, alargo a busca, seguindo certos parâmetros. Pesquiso nas freguesias periféricas onde vivemos no passado e onde é hoje quase tão caro viver como é em Lisboa. A população deslocou-se para as zonas suburbanas e o preço dos imóveis tornou-se proibitivo também aí. Que é hoje a Amadora? Um destino de luxo, onde um T3 custa trezentos mil euros. Pesquiso na cidade de Setúbal, onde já vivemos, e as rendas oscilam entre os mil e os mil e trezentos, mil e quatrocentos euros. Percorro casas e casas. Encontro barracos devolutos por duzentos mil euros. T0 com trinta metros quadrados, para investimento, por duzentos e quarenta mil. Leva-me a pensar onde vivem os portugueses, onde é esperado que consigamos viver e concluo que hoje, como no passado, a solução é empreender uma vida comunitária, partilhando o apartamento com outras famílias ou amigos, vivendo com os outros. É então que nos sinto expulsos da cidade e penso a quem interessará o êxodo dos portugueses como somos, a quem........

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