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O silêncio dos não-homens

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23.04.2025

Há um exército que cresce todos os dias, mas que ninguém vê. Não grita, não exige, não protesta. Não se levanta nem se senta: apenas segue, resignado, o fluxo dos dias. Não são cidadãos nem sujeitos políticos, pois nada reivindicam. Não são opositores nem militantes, porque nada contestam. São sombras de uma democracia moribunda, espectros que marcham sem voz e sem rosto para um destino que não lhes pertence.

Chamam-lhes abstencionistas, mas esse nome é demasiado curto para descrever a sua condição. A abstenção não é apenas um ato (ou a ausência dele):........

© Observador