Vivemos numa era de sobrecarga de informação. A cada segundo somos bombardeados por notícias, opiniões, teorias e factos, vindos de todos os lados e em todos os formatos. No entanto, em vez de nos tornar mais informados e conscientes, esta enxurrada de dados tem gerado cada vez mais sem-abrigo do pensamento: pessoas que, perante o caos de estímulos e ideias contraditórias, encontram-se à deriva, sem um lugar sólido onde possam assentar o seu raciocínio e desenvolver uma visão crítica do mundo. Ser sem-abrigo do pensamento significa estar privado de um espaço mental seguro, onde o pensamento possa florescer com profundidade, calma e autonomia; é viver num estado de dispersão constante, onde as ideias são descartáveis, a reflexão dá lugar à reação instantânea e o pensamento crítico e estruturado perde terreno para as simplificações e os slogans.

As redes sociais, que ocupam uma parte crescente das nossas vidas, exemplificam bem este fenómeno:........

© Observador