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O que importa mais: Presidenciais ou Autárquicas?

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27.01.2025

Portugal prepara-se para um 2025 de grande relevância política, com duas eleições separadas por poucos meses: as presidenciais e as autárquicas. Mas enquanto as primeiras estão a ocupar diariamente as manchetes dos meios de comunicação, os debates e até as conversas de café, as segundas passam quase despercebidas. Todos os dias, somos inundados por análises sobre quem quer ir para o Palácio de Belém — Luís Marques Mendes, Passos Coelho, Gouveia e Melo, António José Seguro, Mário Centeno e outros nomes que querem mais protagonismo do que têm relevância para tamanho cargo público. E as autárquicas? Tirando agora uns dias do anúncio da candidata do PS à Câmara Municipal de Lisboa contra Carlos Moedas, tem o mesmo palco mediático? Não.

Este desfasamento não é inofensivo. Afinal, quantos portugueses sentem, no seu dia a dia, o impacto direto das decisões tomadas no palácio de Belém? As presidenciais têm um simbolismo importante: escolhemos uma personalidade política que deve ser o garante da estabilidade, o moderador das crises políticas e o fiel guardião da nossa Constituição da República. Mas o Presidente da República não decide sobre aquele buraco na tua estrada, a falta de transportes numa freguesia ou o IMI que pagamos. São os presidentes de câmara, os vereadores e as assembleias municipais que moldam a qualidade de vida de cada um de nós.

Desde a Revolução de 1974, as eleições autárquicas foram fundamentais para consolidar a democracia portuguesa. Foi a política local que garantiu a proximidade com os cidadãos, enquanto as presidenciais moldaram o simbolismo nacional. Mas será que ainda mantemos este equilíbrio?

A verdade é que enquanto discutimos interminavelmente nomes para Presidente da República, ignoramos os debates possíveis sobre os municípios. As eleições........

© Observador