Políticos de menoridade e política infantil
«Nós vivemos num país de inutilidade pública, inutilidade pública que custa caríssimo e que afinal, agora, querem que continue a proliferar (…)». (Francisco Sá Carneiro, Comício, 1978)
«O meu sentimento? Define-se numa palavra: responsabilidade». (Francisco Sá Carneiro, Imprensa, 1979)
«O país real quer coisas práticas, ver as questões resolvidas com pragmatismo e eficácia. Quer o fim da total instabilidade que se verifica há uns anos na sociedade portuguesa». (Francisco Sá Carneiro, Imprensa, 1979)
«A política sem risco é uma chatice, mas sem ética é uma vergonha». (Francisco Sá Carneiro, 1934-1980, Estadista)
Caiu o XXIV Governo Constitucional da República Portuguesa, nomeado e empossado pelo Senhor Presidente da República com base nos resultados das eleições legislativas de 2024. Em 21 de março de 2024, o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, indigitou Luís Montenegro como Primeiro-Ministro de Portugal. Menos de um ano depois, o Governo cai por causa e na sequência de artificialismos de oportunidade e de irresponsabilidade política nacional.
Tragicomédia «starring» políticos de pacotilha, sem vergonha, que vivem numa bolha de maledicência, alheados da luta diária de ter de meter comida na mesa, sempre à espreita de uma janela de oportunidade para afirmar egos, interesses privados e partidários, mostrar ódios de estimação, esquecido o país e relegada a decência política.
Os actores, oposição, PS, Pedro Nuno, Montenegro, PSD, governo e partidos, esquerda e direita digladiantes, desempenharam papéis sofríveis de menoridade e baixa política – a política da infantilidade e da infantilização.
Mais, com o empolamento de um caso (não caso) que poderia e deveria ter sido morto logo à nascença, com um oportunista e imaturo líder da oposição insaciável nas perguntas, insatisfeito nas explicações, repetente nas dúvidas multiplicantes, a sonhar e a salivar com o lugar.
Mais, com um primeiro-ministro poupadinho nas palavras, a enrolar, a jogar à defesa e reactivo (em vez........
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