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Arquiteto do Castelo de Areia ou Pai Natal 

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14.04.2025

Pedro Nuno Santos vagueia pelo país como um Messias em liquidação, a pregar em abril a redenção que negou em novembro. E negou, sublinhe-se, não por incompetência — mas por excesso de experiência. Governar, afinal, é aquele exercício incómodo em que os sonhos colidem com a folha de Excel, os discursos se desfazem como papel húmido, e os ministros acabam a perguntar-se: “Quem me empresta uma metáfora para disfarçar esta asneira?” Agora, libertado do peso dos factos, Pedro Nuno abraçou a sua nova missão: vender utopias em débito direto.

Nos palcos, é um shapeshifter político. Num minuto, é Robin Hood, roubando dos ricos para dar promessas aos pobres; no seguinte, é Steve Jobs, a apresentar o “novo PS” como se fosse um iPhone 25 — idêntico ao anterior, mas com um emoji de bandeira socialista. É o mesmo homem que, durante anos, assinou orçamentos como quem assina autógrafos, que geriu ministérios com a urgência de um funcionário público a contar os minutos para o café, e que assistiu ao colapso da habitação como quem vê um filme em........

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