O incompreensível resultado eleitoral
Eram dez da noite, olhei para a televisão e tudo estava ao contrário.
O mapa eleitoral mostrava que a AD ganhava no Norte e Centro, mas no Sul, na terra que durante 50 anos a esquerda sempre dominou e governou, era o Chega quem ganhava.
O mapa a sul do Tejo só deixava um pequeno prémio de consolação ao Partido Socialista em Évora.
Tudo o resto, arredores de Lisboa, as chamadas terras dos trabalhadores, pelo Partido Comunista, que tanto se orgulhava do seu império eleitoral, tudo entregue ao Chega.
Pus-me a pensar se seriam os trabalhadores que desistiram da cassete comunista ou seria que os tais jovens que agora têm que emigrar eram afinal os seus antigos eleitores.
Na esquerda, o Partido Socialista, que nas sondagens aparecia como o partido alternativo à coligação PSD/CDS, praticamente desaparecia do mapa eleitoral.
Liderado por um incompetente, sobranceiro e pouco preparado convencido, que sempre estava certo de que tudo o que pensava se tornaria realidade, nunca pensou que seria transformado na besta negra responsável pelo pior momento da história dos socialistas que se viram diminuídos e ultrapassados pelo Chega.
O Bloco, que sempre se afirmara como o........
© Observador
