Canhões ou Manteiga - o inevitável dilema
Alguns políticos europeus têm procurado convencer-nos de que o aumento das despesas militares não vai condicionar um sensível abrandamento do ritmo de consolidação do Estado Social Europeu, esquecendo que a sua criação se deveu em parte a fatores que dificilmente se voltarão a repetir.
Finda a Segunda Guerra Mundial, os países da Europa Ocidental, com o apoio dos EUA através do Plano Marshall, elaboraram um ambicioso programa económico de reconstrução tornado indispensável pelas maciças destruições físicas ocorridas, pela desarticulação dos vários sistemas de gestão coletiva e até pela necessidade de reerguer economicamente os seus clientes mais importantes.
A robustez do Complexo Militar-Industrial Norte Americano, as Bases NATO estacionadas na Europa e umas forças navais e aéreas rápidas e sofisticadas, hegemonizadas pelos EUA disponibilizaram às democracias ocidentais a sua defesa militar convencional e um meio de dissuasão nuclear chamado “equilíbrio de terror”.
Essa garantia de segurança permitiu às maiores potências militares europeias – Reino Unido, França, Alemanha e Itália reduzirem as suas despesas militares em percentagem do PIB muito mais substancialmente do que os EUA.
Ao ficarem aliviadas duma parte do seu fardo orçamental........
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