Um português, um inglês e uma polaca...
Há uns tempos, num curso de vela, cheguei ao Seixal. Além de mim, estavam a bordo dois outros portugueses, um inglês, uma ucraniana e uma polaca. Esta última ficou lívida quando viu, ainda o barco não tinha atracado, a foice e o martelo, exuberantes, afixados na esquina de um singelo, mas elegante, edifício amarelo-claro frontal ao rio, como que a avisar os visitantes de que estavam a chegar a um feudo de saudosistas das ditaduras comunistas do século XX do leste da Europa.
“Este símbolo é permitido aqui?”, perguntou-me. Fiquei a saber que na Polónia tanto a foice e o martelo como a cruz suástica são proibidos. Para ela, ver o símbolo comunista era como ver o ícone do nacional-socialismo dos trabalhadores alemães. Ou era como seria para nós, portugueses, vermos o símbolo nazi numa parede. No entanto, em Portugal, a foice e o martelo passam como se nada fossem. De facto, os portugueses, tirando as peripécias de 1975, nunca sofreram o comunismo na pele. Os comunistas, eles........
© Observador
