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 Ser, antes de ensinar a ser

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23.06.2025

Não sou pai. Sou ainda jovem, com mais dúvidas do que certezas, a tentar compreender o mundo e o meu lugar nele. Mas é precisamente a partir desse lugar — de quem observa, escuta e reflete — que me surgem, por vezes, interrogações profundas: e se um dia tiver filhos? Que tipo de pessoa gostaria de os ajudar a tornarem-se?

Não me refiro apenas ao conforto material, que naturalmente desejaria proporcionar. Falo, sobretudo, dos valores que gostaria de transmitir, das atitudes que consideraria essenciais e do tipo de mundo no qual desejaria que crescessem.

Neste contexto, creio ser fundamental sublinhar a importância de figuras parentais sólidas — não no sentido de perfeição ou de autoridade rígida, mas enquanto referências consistentes, coerentes e emocionalmente disponíveis. Num mundo cada vez mais instável e complexo, as crianças necessitam de adultos que lhes sirvam de alicerces, que ofereçam orientação sem controlo, presença sem invasão e segurança sem sufoco. Ser pai ou mãe implica, acima de tudo, uma responsabilidade profunda: a de servir como espelho e........

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