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Eleições: A “Cosa Nostra” ou a Causa Pública

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16.05.2025

“O homem é por natureza um animal político”, escreveu Aristóteles, apontando não apenas para a inevitabilidade da política, mas para a sua nobreza original: o espaço do comum, da justiça e da construção do bem coletivo. Contudo, ao longo da história, a política tem-se afastado deste ideal clássico para mergulhar, subtilmente, num teatro onde o interesse público, é frequentemente refém de redes privadas de influência. Aquilo que, sem exagero, poderíamos apelidar de uma “Cosa Nostra” democrática. As eleições, que deveriam ser momentos de renovação do contrato social, tornam-se, cada vez mais, episódios previsíveis de rotatividade entre cúmplices, e não de verdadeira alternativa. A pergunta impõe-se: ainda é a política a arte do possível para o bem comum ou degenerou numa arte de preservar privilégios? Entre a visão de Aristóteles, o idealismo de Platão e o realismo cru de Maquiavel, onde está Portugal neste momento?

Há muito que a política deixou de ser uma escola de virtudes para se tornar........

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