No passado dia 28 de abril Portugal mergulhou num apagão elétrico de várias horas, originado por um evento disruptivo na rede espanhola de muito alta tensão. Este incidente, que teve também impacto parcial em França e noutros pontos da rede europeia, revelou com crueldade uma vulnerabilidade estrutural no coração do sistema elétrico europeu: a dependência da ligação de uma rede europeia, sem a devida inteligência de rede, capacidade de resposta autónoma e resiliência técnica. O que está em causa não é apenas os efeitos causados pela falha elétrica, é sim, a evidência da necessidade de repensar a arquitetura da segurança energética da Europa.

Embora a interligação das redes ibéricas e europeias traga vantagens inegáveis, otimização de recursos, equilíbrio de cargas, integração de energias renováveis e eficiência económica, ela implica também riscos significativos se não for acompanhada de mecanismos tecnológicos de gestão em tempo real que assegurem uma resposta automática e fiável a eventos de perturbação. A falha em cascata que se verificou é um exemplo disso........

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