A encruzilhada europeia: carbono e fragilidade
A Turquia ultrapassou a Alemanha como o maior emissor de dióxido de carbono derivado de combustíveis fósseis na Europa, pela primeira vez em 2024, tal fato, aponta para uma mudança fundamental na geografia da poluição do continente. Por um lado, expõe o facto de setores industriais de elevado consumo de energia (como o aço e produtos químicos) se estarem a deslocar para regiões com custos energéticos reduzidos e normas ambientais menos rígidas; por outro, revela a incapacidade de a Europa manter uma estratégia sólida e coerente no combate às alterações climáticas, particularmente no que respeita a mecanismos de combate à designada “fuga de carbono” como o CBAM (Carbon Border Adjustment Mechanism).
A transição da posição dominante da Alemanha para a Turquia ilustra claramente uma tendência de “fuga de carbono”: a indústria procura sítios onde as restrições ambientais são menores ou o preço da energia é mais atrativo. Enquanto na Alemanha os custos energéticos e a rigidez regulamentar continuam a subir, a Turquia beneficia de........
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