Há debates que nascem com um propósito nobre e acabam por se perder no excesso de zelo. O recente exemplo europeu de querer proibir termos como “hambúrguer vegan” ou “salsicha vegetal” é disso um retrato perfeito. Alegadamente, trata-se de “chamar as coisas pelos seus nomes”, para não confundir o consumidor. Mas a verdade é que, por trás desta intenção moralizadora, há uma tentativa clara de controlar a linguagem — e, de forma indireta, proteger interesses económicos instalados.

Vivemos um tempo curioso: o da alimentação transformada em ideologia. O que antes era apenas uma escolha pessoal — comer carne, peixe ou vegetais — tornou-se, para alguns, uma causa militante. Surgiu uma........

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