Permito-me voltar uma vez mais – até porque desta vez foram outros a escolher essa via, limitando-me eu a seguir tal sugestão – a um exercício metafórico hoje muito praticado, multiplicando-se as correspondentes movimentações em incontáveis lagos, mares ou oceanos concetuais: até as obras dos artistas nos têm sido mostradas através de espetaculares imersões em feéricas realidades virtuais.

Desta vez, foi-nos solicitado, aos espetadores presentes naquele auditório do Museu dos Coches, que mergulhássemos numa projeção que cobria as quatro paredes do auditório onde nos encontrávamos, com enormes tubarões mentirosamente encharcando-nos com a água que o mínimo mexer da sua cauda provocava naquele suposto e endiabrado oceano. A diferença essencial, agora, residiu tão somente no facto de tal investida oceânica servir de introito a um interessante debate dedicado ao tema « Breathing with the Oceans».

Os oradores abordaram, académica e cientificamente, a realidade objetiva e real no que respeita ao forte agravamento da situação das reservas de biodiversidade e biomassa nesses dois-terços da área planetária global, e apelaram a uma consciencialização e consequente ação dos «competentes» decisores com o intuito de reverterem, quanto........

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