Avançar uma hora: e se nós pudéssemos?
(Divertimento)
O meu telemóvel está atento a estas alterações horárias, e por isso dispensou-me da tarefa de ser eu a adiantar sessenta minutos no mostrador do seu relógio, na passada madrugada do dia 30 de Março. Quando acordei, olhei para as horas, já esquecido da mudança e sem me dar conta do tempo roubado. E comecei um dia como os outros, ou seja, com 80 por cento já programado e os restantes vinte suscetíveis de me oferecerem alguma surpresa fora-do-baralho: uma espécie de jóquer escondido que pode surgir quando menos se conta.
Vieram-me à mente, a propósito dessa obrigatoriedade a que foi dada a designação de «hora de Verão», algumas concebíveis elucubrações – este palavrão lembra-me sempre o enorme sucesso do disco «Les élucubrations» do rebelde cantor francês Antoine – em torno da simples e impossível eventualidade de adiantar uma hora no meu dia -a -dia, cortando, a meu belo prazer, essa fatia temporal do bolo das 24 quotidianas.
Fica aqui, de qualquer forma, o registo da regulamentação de Bruxelas,........
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