Antes do abraço de Bruxelas a Pequim
Quando na segunda metade do século passado se exclamava «isso são chinesices!», tinha contudo muito pouco a ver quer com a China de Confúcio e de Qin Xin Huang Di, quer com a de Mao e as suas marchas forçadas com milhões de vítimas, ou com o visionário e corajoso Deng Xiaoping (que, conta-se, recebia os seus convidados tendo ao seu lado uma bonita e grande bacia para onde, se lhe apetecesse, cuspia).
Paralelamente, tanto Pequim e a sua protegida Cidade Proibida, como Xi`an e o seu fantástico exército de soldados de terracota , eram conhecidas tão somente por meia dúzia de curiosos e diplomatas. E se Xangai era a lembrada exceção, tal ficava exclusivamente a dever-se à vibrante história com o Tintim que ali se deslocara no âmbito de uma perigosa missão com a interferência do espião japonês Mitsuhirato.
Dizia-se ´chinesices`, com efeito e simplesmente, para significar uma situação esquisita com um perfume de mistério e fantasia. Reinava o umbiguismo numa Europa que, integrada num espaço maior ocidentalizado, pensava ocupar o centro do universo, dedicando ao país e antigo Império do Meio apenas uma côngrua parte do seu quotidiano: tinham-nos........
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