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Sair da crise

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17.03.2025

O governo caiu porque as instituições não funcionam para parte da classe política. Foi por discordar deste fatalismo que a Iniciativa Liberal (e em jeito de nota prévia saliento que sou membro da Comissão Executiva da IL e fui deputado por este partido em Fevereiro), votou a favor da moção de confiança. Não foi no governo, mas nas instituições. Fê-lo porque o sistema político tem meios próprios para resolver suspeições como as que pairam sobre o Primeiro-Ministro, sem que seja necessário atirar o país para eleições.

Há anos que Portugal anda à deriva. Primeiro, foram os défices. Depois a dívida. A seguir os cortes nas pensões e nos salários. Mais tarde, as falhas dos serviços públicos. Tribunais, escolas, hospitais, repartições e conservatórias. No meio, governantes ficaram presos enquanto outros foram detidos. A suspeição alastrou-se e os extremos cresceram. Em votos, barulho e em influência. O mal-estar é o resultado de décadas de inacção que apenas surpreende os crédulos. O que sucedeu no Parlamento no último 11 de Março foi só mais um episódio de uma novela de mau gosto iniciada há 30 anos.

Há três décadas que dizemos a nós próprios que é desta. Que é agora. Que é agora que vamos resolver a dívida pública, que é agora que vamos ter melhores salários, que é agora que vamos ter melhores escolas, melhores tribunais, melhores hospitais. Que é agora que os empresários terão capital para investir, que a ferrovia........

© Observador