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Como ajudar a destruir o mundo que conhecemos

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03.02.2025

Por uma coincidência dos diabos aconteceu-me estar a ler a autobiografia de Simone Veil, ‘Une vie’ no dia em que se assinalaram os 80 anos da libertação de Auschwitz e em que Elon Musk afirmou que os alemães deviam esquecer a culpa pelo passado nazi. Se a coincidência foi curiosa, a verdade é que também se tornou útil. Útil, porque Musk parte de um equívoco em que Veil nunca caiu: o da culpa colectiva.

Judia e francesa, Simone Veil foi deportada para Auschwitz, em Março de 1944, e daí retirada para Bergen-Belsen, de onde foi libertada em Abril de 1945. Perdeu o pai, a mãe e o irmão. Da sua família de origem restaram as duas irmãs, Milou e Denise. Regressou a Paris esmagada por uma imensa tristeza, mas isso não a impediu de recuperar a sua vida. Estudou, casou, fez questão de trabalhar para ser financeiramente independente do marido, teve filhos, uma carreira, na magistratura e na política. No seu livro, escrito em 2007, diz não esquecer quem lhe fez mal e lembra quem a ajudou. No mais, esclarece que não generaliza a culpa entre os........

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