As tarifas não pagam dívidas
Nem sempre a direita foi favorável aos mercados livres. Salazar era um proteccionista e a economia portuguesa, debaixo da sua batuta, foi condicionada e disciplinada por normas corporativas. A defesa que André Ventura fez das tarifas, num dos debates em que já participou, não caiu do céu. É uma crença antiga a que Ventura e seus acólitos simplesmente colocam novas vestes. Fora isso, o cheiro a mofo é evidente. Outro exemplo digno de nota podemos ir buscar ao século XIX quando era a esquerda quem defendia a globalização e a abertura dos mercados. Nessa altura, a direita acreditava que o protecionismo económico e a soberania estavam interligados. E julgava que a perda do acesso aos mercados estrangeiros seria compensada com os novos impérios em África. As distinções, em política, não se fazem unicamente entre esquerda e direita. Por vezes, a liberdade é mesmo o critério que conta.
Outro ponto que necessita de clarificação refere-se às tarifas de Trump. O presidente norte-americano justificou-as convicto que o período de ouro da América se iniciou em........
© Observador
