Uma ameaça silenciosa à Democracia
Durante décadas, confiámos no carácter inviolável dos nossos sistemas eleitorais. A interferência estrangeira deixou de ser um conceito abstracto para se tornar numa ferramenta de uma guerra híbrida em curso conduzida por potências autocráticas como a Rússia e a China. Quem ignora esta ameaça, seja por ingenuidade ou conveniência, está a fechar os olhos à degradação das nossas liberdades.
Pensemos num cenário em que os processos democráticos são comprometidos, onde as futuras gerações crescem num ambiente onde as eleições são vistas como inúteis e a política é dominada por interesses obscuros.
O caso mais recente da anulação das eleições presidenciais na Roménia é um alerta para todos os países europeus. O Kremlin não só manipulou a opinião pública com operações de influência e desinformação massiva, como se infiltrou nas redes de influência locais para distorcer a vontade popular. O que está em jogo não é apenas uma eleição – é o próprio princípio da soberania democrática.
O modus operandi da interferência estrangeira já não se limita ao financiamento secreto de candidatos aliados. Hoje, as armas incluem ataques cibernéticos a bases de dados eleitorais, campanhas de desinformação alimentadas por inteligência artificial e a manipulação algorítmica de redes sociais.........
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