O bem, o mal e o que me convém
O mundo assinalou os 80 anos da libertação de Auschwitz-Birkenau e nem Benjamin Netanyahu nem Vladimir Putin estiveram presentes – isto é, os líderes políticos dos dois países que representam, respectivamente, libertado e libertador do maior dos campos de extermínio nazis. O caso deveria fazer-nos pensar quando é voz comum dizer-se que a História se repete e os testemunhos de Auschwitz fazem, especialmente, esse apelo contra o perigo do esquecimento.
Muitos receiam um repetir da História no recrudescer de movimentos nacionalistas e populistas; no regresso da Guerra à Europa; no regresso ao isolacionismo americano; num conjunto de tensões internacionais; nos dados que apontam para um crescimento galopante do antissemitismo e sentimentos anti-imigração em geral. Mas será que a História se repete verdadeiramente ou esse é apenas um simplismo cómodo que encontrámos para conseguir dormir à noite, quando, na verdade, não fazemos a menor ideia de para que mundo andamos a caminhar?
Em 1945, a então União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, combatendo ao lado dos Aliados, derrotou as tropas de Hitler na frente leste; hoje, os líderes russo e israelita são procurados pelo Tribunal Penal Internacional por crimes de guerra. Mas, aparentemente, não foi sequer por........
© Observador
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