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E a banda continua a afundar

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11.07.2025

Eu sei. Talvez a história que ande a abrir telejornais. Mas, no fim, pode ser que concorde comigo. Há nela qualquer coisa eloquente acerca da tragédia da nação.

O caso, de vez em quando, voltava às caixas das breves e foi a recorrência a fazer com que, um dia, finalmente abrisse para ver de que se tratava: a Iniciativa Liberal andava a lutar pelo direito das bandas filarmónicas a poderem fotocopiar as partituras que tinham previamente comprado.

Certo. Não estamos a falar de reprodução ilegal de música, de downloads ilegais de canções na internet para reproduzir no bar ou na discoteca que cobra 14 euros por gin e não quer gastar um cêntimo com esse pormenor dos músicos, não estamos a falar de nada disso. Estamos a dizer que, em Portugal, em 2025, uma banda filarmónica de miúdos ou adultos amadores não pode, legalmente, usar uma fotocópia de uma partitura que – vamos repetir – já comprou, para a usar em ensaios ou animar a festa da aldeia, sem risco de a ver destruída pela chuva ou levada pelo vento, perdida ou danificada pelo mero manusear da mesma.

Com certeza uma lei antiga, pensámos. Algum resquício de legislação pesadíssima do século XIX. Não contávamos que tivessem de ser esses falcões do neoliberalismo, sempre alegadamente tão insensíveis ao povo e à cultura, a corrigi-la, mas seja bem-vindo quem vier por bem. Certamente, era coisa para se........

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