menu_open Columnists
We use cookies to provide some features and experiences in QOSHE

More information  .  Close

Como o extremista gosta de banana

9 1
17.01.2025

Era uma vez um país onde cinco reclusos perigosos fugiram da prisão que tinha a vedação electrificada desligada para não mandar abaixo o quadro. Um país onde outro fugiu da carrinha da polícia, furando entre os agentes, e ainda conseguiu ir algemado de Lisboa ao Algarve antes que alguém o parasse. Um país onde um indivíduo entrou no ministério que tutela as polícias, meteu dez computadores debaixo do braço e foi-se embora como se nada fosse. Isto no espaço de dias. Tudo debaixo de câmaras de vigilância que não estavam ligadas, ou que estavam ligadas, mas não estavam a gravar, ou que estavam a gravar, mas não havia ninguém a olhar.

Pouco tempo depois, um jovem polícia matou um cidadão desarmado de origem cabo-verdiana num bairro periférico, levando a uma revolta que, durante semanas, provocou actos de vandalismo por toda a Grande Lisboa, incluindo autocarros incendiados, automóveis destruídos, ameaças de morte à polícia e feridos graves.

Neste país, e sabendo que a segurança é um tema em qualquer tempo e lugar, mas particularmente nos dias que correm, um pouco por todo o lado, surgindo muitas vezes ligada, artificiosa ou não artificiosamente, ao da imigração e que é cada vez mais explorado por partidos ditos populistas, o governo decidiu dar um sinal. E bem. A partir daqui, começou a espiral de exageros, ou, como os próprios intervenientes gostam mutuamente de acusar, de “extremismos”.

Falando ao país em directo, às oito da noite, ladeado pelas ministras da Justiça e da Administração Interna e pelas chefias nacionais de PJ, PSP e GNR, mas para, supostamente, evitar alarmismos; lembrando que Portugal é um dos países mais........

© Observador