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Fui eleito pelo povo... e então?

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26.02.2025

Nas últimas semanas tenho reparado na arrogância com que certos políticos, eleitos pelo povo, se tentam colocar acima da lei. Este é sem dúvida um dos sintomas mais preocupantes da degradação da nossa democracia.

O caso Tutti Frutti, é paradigmático, pois expõe, com uma clareza dolorosa, que insistem em não querer ver, como o “voto popular” se tem transformado, na boca desses senhores, numa espécie de salvo-conduto para práticas que em qualquer outra democracia saudável seriam causa imediata de demissão.

É revoltante? É. Mas sobretudo é revelador da podridão do sistema. Assistir à situação de que, de todos os autarcas apanhados nas malhas do caso Tutti Frutti, apenas um abandonou o cargo – e mesmo assim, dizem, que o fez por questões de saúde, é lamentável.

Os outros, sem um pingo de dignidade, achando que pertencem ao clube dos intocáveis, agarram-se aos cargos balanceando o escudo da legitimidade democrática. Mas qual legitimidade? Será que acham que os eleitores votaram para que transformassem as autarquias em balcões de negócios pessoais? Será que acham que os eleitores lhes deram mandato para que pudessem fazer negociatas obscuras?

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