A armadilha centrista: quando o PS pede socorro
O momento político que atravessamos revela uma das mais cínicas manobras da história recente do PS: depois de décadas a desprezar o centro, a instrumentalizar a esquerda radical e a falir o país por três vezes consecutivas, os socialistas descobrem agora as virtudes do centrão. Mas esta súbita conversão ao centro não passa de uma armadilha mortal para o PSD e para a democracia portuguesa.
Onde estavam os centristas do PS quando António Costa fingiu negociar com Passos Coelho em 2015, montando simultaneamente a geringonça com os extremistas? Onde estavam quando desprezaram Rui Rio, o político que mais acreditou na viabilidade de um entendimento ao centro? A resposta é simples: estavam calados, coniventes com uma estratégia que privilegiou sempre os acordos com a esquerda radical em detrimento do diálogo democrático com o centro-direita.
O PS não hesitou em aliar-se ao Bloco de Esquerda e ao PCP para governar contra a vontade expressa nas urnas. Não hesitou em aproveitar-se da boa-fé de Rui Rio durante a pandemia, aceitando publicamente o seu apoio enquanto secretamente negociava com os extremistas. Não hesitou em ignorar sucessivas derrotas eleitorais, sempre encontrando subterfúgios para se manter no poder através de alianças contra-natura.
A história recente é........
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