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O bardo do homem branco

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23.03.2025

O discurso de JD Vance em Munique foi tão desavergonhado e ofensivo que nem daqui a cem anos haverá um europeu digno desse nome a perdoá-lo, e ainda menos a compreendê-lo. Cem anos, ouviram? Cinquenta, vá lá. Quinze? Dois anitos, pronto. Um semestre e não se fala mais nisso. Um mês e pouco? Pois é: demorou um mês e pouco até a primeira-ministra da Dinamarca, uma socialista, dar assumida e publicamente razão ao vice-presidente americano, um não-socialista.

Em entrevista ao site “Politico”, Mette Frederiksen, que estava na audiência de Munique, concorda com JD Vance quando este considera a imigração em massa uma ameaça ao nosso, digamos, “modo de vida”. Pelos padrões da “argumentação” em voga, isto habilita a sra. dona Mette a ser acusada de “islamofobia”, “nacionalismo”, “fascismo” e, dado que ela também associa o anti-semitismo a sectores da extrema-esquerda e a certas comunidades de imigrantes, “nazismo” (a linguagem e a memória foram de tal maneira esventradas que condenar o anti-semitismo é meio caminho andado para se ser “nazi”). Aliás, a sra. dona Mette beneficia de semelhantes acusações desde 2019, altura em que começou a endurecer as regras de hospitalidade,........

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