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Aqui que ninguém nos ouve

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02.03.2025

Há três semanas participei, com André Azevedo Alves e Jaime Nogueira Pinto, num jantar-palestra (acho que é a expressão em uso) organizado pela Oficina da Liberdade e realizado no Clube de Leça, um espaço privado que fica, sem grandes surpresas, em Leça da Palmeira. A sala encheu-se de pagantes, que rondaram salvo o erro os duzentos. Cerca de cem interessados já não conseguiram lugar. Pelos padrões nacionais, a noite foi uma espécie de sucesso, em parte graças aos outros dois oradores mas sobretudo graças ao tema: Trump.

Na minha intervenção final, toquei no assunto e notei que aquela pequena multidão estava ali porque, gostando ou não do presidente americano (e estavam ali pessoas que o abominam), Trump importa – e não estou a falar do aumento das tarifas. Independentemente dos convidados, duvido que uma sessão similar, e gratuita, dedicada ao dr. Montenegro ou ao prof. Marcelo enchesse uma cabine telefónica. As sumidades da política nacional nem aos portugueses importam. O que é nacional não só não é bom como é irrelevante. E se a irrelevância é cada vez maior, a falta de noção dessa irrelevância é cada vez mais ridícula.

Com embaraçosa regularidade, eventos microscópicos trazem à superfície o brutal contraste entre o que significamos e o que julgamos ou fingimos significar no mundo. Há dias, Paulo Rangel,........

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