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A civilização mora aqui

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16.03.2025

Pessoas esclarecidíssimas já comprovaram cientificamente que os EUA resvalaram para o fascismo. O presidente é Hitler. O vice-presidente é Hitler. O sr. Musk, antigo herói dos carrinhos eléctricos e do Starlink na Ucrânia, é Hitler. Etc. Pelos meus conservadores cálculos, o governo de Washington/Palm Beach tem uns 87 Hitlers, fora assessores. Sobra, para conduzir o “mundo livre” ou coincidir com ele em exclusividade, a Europa.

Milhões de europeus entraram em êxtase com as recentes proclamações dos seus líderes, que prometem defender a democracia até ao último ucraniano e armar-se até ao último cêntimo do contribuinte, ou até ao último suspiro inflacionista. A Europa, em sentido lato e ao que consta por aí, despertou e agora não há maneira de a segurar, nem sequer na Fidelidade. Respira-se um ar limpo e juvenil, um orgulho ressuscitado, um estado de comunhão continental que nos une a todos, de Alcabideche a Belgrado, de Edimburgo a Istambul. Istambul? Sim, que para proteger um país invadido pelos russos regressou a conversa de integrar na UE um país que há meio século invadiu e ocupa ilegalmente um terço do território de um país da UE, além de acarinhar arménios. Assim é que é bonito.

Certo é que a Europa não pode respeitar ditadores, principalmente se o ditador se chama Putin e sobretudo se esquecermos o longo período em que o “mundo livre” ignorou a invasão da Geórgia, a anexação da Crimeia e a........

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