Afinal, quem gere a cidade do Porto?
O vice-presidente da Câmara Municipal do Porto, Filipe Araújo, publicou recentemente um artigo de opinião onde tenta atribuir toda a responsabilidade pelos problemas da expansão do Metro do Porto à empresa pública responsável pela obra, como se a autarquia fosse apenas uma mera espectadora. Mas este discurso levanta uma questão essencial: afinal, quem gere a cidade do Porto?
Se há algo que os portuenses sabem bem, é que as grandes obras públicas na cidade nunca são processos simples. No entanto, quando se trata de um projeto da magnitude da expansão do Metro do Porto, é inaceitável que a Câmara Municipal venha agora, de forma conveniente, distanciar-se das suas responsabilidades, como se fosse apenas uma entidade alheia a tudo o que aconteceu.
Podemos olhar para esta situação de duas formas. Se o executivo municipal estava a par dos problemas e nada fez para os evitar ou minimizar, então foi cúmplice do caos que se instalou na cidade e deve assumir essa responsabilidade. Se, por outro lado, não sabia, então isso só demonstra a sua total incompetência para gerir uma cidade da dimensão e importância do Porto. Nenhuma das hipóteses abona a favor do executivo, e ambas revelam uma preocupante falta de liderança na governação da cidade.
Curiosamente, em ano de eleições autárquicas, quando a contestação pública se intensifica e........
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