Do woke ao puritanismo: os extremos que se tocam
Nos últimos anos, assistimos à ascensão de uma nova narrativa sociocultural que ficou conhecida como “agenda woke”. Esta corrente, nascida de causas legítimas como a luta contra o racismo, a desigualdade de género ou a exclusão social, rapidamente se transformou numa ferramenta ideológica que, ao invés de promover inclusão, passou a cancelar a pluralidade. Com base num moralismo hipersensível e revisionista, impôs-se como uma nova ortodoxia social. O resultado? Uma leitura do mundo onde a história é reescrita a partir dos costumes atuais, onde se apagam contextos, se julgam personagens históricas como se vivessem em 2025, e se reprovam estruturas milenares — como a familiar — em nome de uma pretensa libertação total.
Neste cenário, tudo era possível desde que politicamente correto. A verdade passou a ser subjetiva, e a biologia, a tradição ou mesmo os fundamentos........
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