A liberdade dos lunáticos
Portugal é um país paradoxal. O povo é tolerante, sereno e tranquilo. Prefere sempre o consenso ao conflito. As maiores crises são navegadas sem grandes convulsões. A democracia instalou-se depois de alguns solavancos. Houve perdão para a nomenclatura do antigo regime e para os agentes da Pide, para os esquerdistas que quiseram tomar conta do país, e até para aqueles que, depois, praticaram atos terroristas. Os retornados integraram-se de forma exemplar, sem ressentimentos. As sucessivas crises foram ultrapassadas com dor, alguma impaciência, mas sem revolta. Em poucas décadas, o país que era conservador, tradicionalista e ignorante ajustou-se às tendências contemporâneas. Se há homofobia e racismo, a verdade é que esses fenómenos são hoje mal vistos e denunciados pela maioria dos cidadãos.
Esta ‘pax lusitana’ é mais evidente para quem nos visita – ou para quem........
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