Entre o pântano e a tanga
No seu gabinete na Pampulha, Cavaco Silva deve estar a pensar que ele é que teve razão. Governou no seu estilo austero, sem concessões à comunicação social, com o foco em executar reformas no país e em tirar o máximo proveito da enorme quantidade de fundos europeus que entravam em Portugal por aqueles anos. É certo que os tempos de então não são comparáveis com os tempos de agora, mas o jornal O Independente, dirigido por Paulo Portas, esteve lá para provar que o escrutínio não era meigo para o Governo, nem para nenhum governante. Houve ministros a cair por causa de notícias, mas Cavaco manteve-se por dez anos e saiu por sua decisão, não sendo credível que tivesse perdido eleições se a elas tivesse concorrido mais uma vez. Porquê? Porque o país via resultados, respirava futuro, não estava angustiado, nem afogado em crises sucessivas. Os jovens de então, como era o meu caso,........
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